Resenha do livro O guia politicamente incorreto dos presidentes da república, de Paulo Schmidt

O livro, como o título tão famoso do politicamente incorreto sugere, desmistifica ações e pessoas que eram quase que intocáveis na visão do povo. O livro é muito bom, no entanto, não deve ser a única fonte de leitura para quem quer saber pelo menos o mínimo sobre a nossa pequena história presidencial.
O livro é tendencioso em algumas partes, mas afinal, o que deveríamos esperar? Sempre é bom saber os dois lados da moeda, por isso, leiam livros de ideologias contrárias também!
Com toda a certeza esse livro irá lhe render boas risadas e se você for lê-lo em público, é melhor se controlar. Li o livro durante o trajeto das barcas Rio-Niterói e o livro sempre me arrancava risadas boas. Parecia muito maluco no meio daquele povo de terno quando  gargalhava sobre os apetrechos dos presidentes ou das bizarras descrições do autor sobre os hábitos presidenciais.
Como todos os guias politicamente incorretos, o autor põe fatos e argumentos com certa autoridade e base. Cita vários economistas importantes mas com a leveza de uma boa prosa. O autor do primeiro livro da série, Leandro Narloch, diz que o objetivo desse tipo de livro é divulgar, popularizar a história. O que vem sendo muito bem feito pelos livros da série, que são sucesso de vendas, no entanto, as críticas...nem tanto.
O livro O guia politicamente incorreto dos presidentes da república, como é óbvio pelo próprio título, explora o tema da nossa história "republicana", que começa em 1889 com o golpe do marechal Deodoro da Fonseca.
O livro conta a história dos nossos 40 presidentes (com exceção do Michel Temer, que tornou-se depois da edição do livro) com bastante foco na política na econômica. Eu que já li o Guia Politicamente Incorreto da Economia Brasileira vi muita semelhança entre os dois. Essas histórias vão desde acontecimentos históricos, como os atos preparatórios do golpe de 1889 até o as cartas de amor por animais de um determinado presidentes:
 Aqui passamos todos (eu, especialmente, sofri muito) por um golpe tremendo. Aquele meu cão, tão belo, tão forte, tão meigo, tão meu amigo — o Beijo — morreu! [...] Morreu de um mal de cadeiras, o pobre! A sua agonia, tão lenta, tão dolorosa — e em meio dela, tão sugestiva a minha amizade e de Anita — ainda nos traz tristes e inconsoláveis. Por um filho, quem sabe, eu não sofreria tanto.
Quem teria escrito relato tão amoroso e engraçado ao mesmo tempo?
Sem falar ainda no presidente que fez uma capital e tinha mais medo da esposa do que do diabo. Outra situação que certamente lhe arrancará muitos risos.
No entanto, uma parte que discordo do livro e da série como um todo é a crítica demasiada ao governo Lula. Como todos sabemos, não foi um governo muito honrado mas que tem lá sua qualidades em alguns pontos. Embora não seja de esquerda, vejo as críticas do autor como sendo mais de viés político do que de cunho propriamente histórico.
Sem dúvida alguma é uma leitura que vale muito a pena e que será de grande valia. Melhor que ler romances!
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